sexta-feira, 28 de agosto de 2009

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Simplesmente Rodin

A Casa Fiat de Cultura traz para Belo Horizonte parte do acervo do Museu Rodin, em Paris.

O escultor parisiense Auguste Rodin (1840-1917) é o tema da exposição Rodin: do Ateliê ao Museu – Fotografias e Esculturas que a Casa Fiat de Cultura apresenta dentro das comemorações do Ano da França no Brasil, em Belo Horizonte. Na mostra – que fica em cartaz na capital mineira de hoje a 13 de outubro e depois em São Paulo, no MASP, de 27 de outubro a 13 de dezembro, com entrada franca – exibe mais 22 esculturas de bronze e mármore e 194 fotografias originais que retratam o processo criativo do artista.




Fotografias tiradas no ateliê do artista durante seu processo criativo
Entre as obras está a monumental escultura Les Trois Ombres (As Três Sombras) que sai pela primeira vez do jardim do Museu Rodin, em Paris, para uma exposição fora da capital francesa.
O Brasil sempre teve uma conexão forte com o Museu Rodin. E o Ano da França no Brasil é mais uma oportunidade de reforçar esse laço, comenta a responsável pelo setor de fotografia do museu e curadora da mostra, Hélène Pinet.



Obras que estão expostas na mostra, em Belo Horizonte


As fotos foram tiradas por fotógrafos que o próprio artista contratava para registrar seu trabalho. Fascinado pela fotografia, técnica que nascera apenas um ano antes que ele, Rodin reconhecia a importância da divulgação na imprensa de suas esculturas. Revelava, desse modo, certo desejo de controle do olhar dos espectadores sobre sua obra, assim como a vontade de destacar o que considerava mais importante a ser apreciado.


Do Brasil, as fotografias retornarão para o Museu Rodin, onde passarão por um processo de conservação – cerca de cinco anos – e não poderão ser vistas, nem mesmo no museu. Portanto, esta é uma oportunidade ímpar de apreciá-las. A curadora da mostra é feita em parceria com o diretor do Museu, Dominique Viéville.



A monumental escultura Les Trois Ombres (As Três Sombras) que sai pela primeira vez do jardim do Museu Rodin, em Paris, para uma exposição fora da capital francesa


Artigo retirado do blog do Governo de Minas Geraishttp://blog.mg.gov.br/


Link para o artigo:http://blog.mg.gov.br/simplesmente-rodin/
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O fim da arte (como meio de conhecimento) Almandrade

Não temos a capacidade de destilar em palavras as experiências visuais que fazem o belo repousar naquilo que é apreendido pelo olhar. Uma obra de arte é tudo que ela contém: forma, textura, cor, linhas, conceitos, relações, etc. É aquilo que se vê, e o que se diz não corresponde exatamente ao que se vê. Não representa nada como imagem de outra coisa. E para ler um trabalho de arte é necessário partir-se de um modelo (referências, informações...). Existem códigos a priori: aqueles utilizados pelo artista; e códigos a posteriori: aqueles utilizados pelo espectador.A virtude da arte é afirmar um conhecimento, propondo instrumentos que seduzem a inteligência. A invenção de uma linguagem é o resultado de um exercício paciente de contemplar outras linguagens. Como todo discurso é resultado de outros discursos. Exige-se um método. A arte é o que está além dos limites de tudo o que se considera cultura; não se pode restringir a um exótico experimento ou aparência da superfície de um trabalho, que fica para trás, como uma coisa vazia, no primeiro confronto com o olhar que pensa. A arte entendida como meio de conhecimento, hoje em dia, vem cedendo lugar a uma experiência ligada ao lazer e à diversão, que envolve outros profissionais como responsáveis pela sua legitimação: o curador, o empresário patrocinador e organizador de eventos, marchands, profissionais de publicidade, administradores culturais e captadores de recursos. Este novo cenário, com as leis de incentivo à cultura e a presença marcante da iniciativa privada, paradoxalmente, levou a arte a um limite, o fim da obra, do trabalho ligado a um saber. E o artista, nem artesão, nem intelectual, sem dominar qualquer conhecimento, está cada vez mais sujeito ao poder do outro. As grandes mostras são grandes empreendimentos para atender à indústria do entretenimento, mais empresarial e menos cultural, que movimentam uma quantidade significativa de recursos e envolve um número assustador de atravessadores. As contradições modernidade / tradição, contemporâneo / moderno, nesteinício de século, cede lugar a uma outra contradição: artistas que pertencem ao métier e artistas estranhos ao métier, inventados por empresários da cultura, cujos trabalhos prestam-se para ilustrar uma tese ou teoriaimaginária de um suposto intelectual da arte e garantir o retorno do que foi investido pelo patrocinador e pelo comerciante de arte. Uma mercadoria fácil de investir, sem risco de perda, basta uma boa campanha publicitária. O artista pode ser substituído por um ou por outro, a obra é o menos importante. Aliás, é o que a indústria do marketing tem feito com as mostras dos grandes mestres como: Rodin, Manet, etc., pouco importa as obras desses artistas e sim o nome e o patrocinador. A publicidade leva consumidores/espectadores como quem leva a um shopping center. A quantidade de público garante o sucesso. O público é como o turista apressado, carente de lazer cultural que visita os centros históricos com o mesmo apetite de quem entra numa lanchonete para uma alimentação rápida. Na "sociedade do espetáculo", regida pela ética do mercado, o artista sem curador, sem marchand, sem patrocinador é simplesmente ignorado pelas instituições culturais, raramente é recebido pelo burocrata que dirige ainstituição. Seus projetos são deixados de lado. Também, pudera, essas instituições, sem recursos próprios, tem suas programações determinadas pelos patrocinadores! Numa sociedade dominada pelo império do marketing, a realidade e a verdade são mensagens veiculadas pela publicidade que disputa um público cada vez maior e menos exigente. A vida é vivida na especulação da mídia, na pressa da informação. E, neste meio, a arte é uma diversão que se realiza em torno de um escândalo convencional, deixando de lado a possibilidade do pensamento. O fantasma do "novo", que norteou a modernidade foi deslocado para o artista que está começando, pelo menos novo em idade, o artista/atleta, a caça de novos talentos e de experiências de outros campos sociais. Totensreligiosos, a casa do louco, a rebeldia do adolescente... Tudo é arte, sem exigir, de quem faz, o conhecimento necessário. Todo curador quer revelar um jovem talento, como se a arte dispensasse a experiência. Um "novo", sinônimo de jovem, ou de uma outra coisa que, desviada para o meio de arte, funciona como uma coisa "nova". Um novo sempre igual, a arte é que não interessa. Praticamente trinta anos depois do aparecimento da chamada arte contemporânea no Brasil, recalcada nos anos 70 pelas próprias instituições culturais, um outro contemporâneo surgido nos anos 90 passou a fazer parte cotidiano dos salões, bienais, do mercado de arte, das grandes mostras oficiais e de iniciativa privada. Uma contemporaneidade sintomática. Estamos vivendo um momento em que qualquer experiência cultural: religiosa, sociológica, psicológica etc. é incorporada ao campo da arte pelo reconhecimento de um outro profissional que detém algum poder sobre a cultura, (tudo que não se sabe direito o que é, é arte contemporânea). Como tudo de "novo" na arte já foi feito, o inconsciente moderno presente na arte contemporânea implora um "novo" e, nesta busca insaciável do "novo", experiências de outros campos culturais são inseridos no meio de arte como uma novidade. Deixando a arte de ser um saber específico para ser um divertimento ou um acessório cultural. Neste contexto, o regional, o exótico produzido fora dos grandes centros entra na história da arte contemporânea. Nos anos 80, foi o retorno da pintura, o reencontro do artista com a emoção e o prazer de pintar. Um prazer e uma emoção solicitados pelo mercado em reação a um suposto hermetismo das linguagens conceituais que marcaram a década de 70. Acabou fazendo, da arte contemporânea, um fazer subjetivo, um acessório psicológico ou sociológico. Troca-se de suporte nos anos 90 com o predomínio da tridimensionalidade: escultura, objeto, instalação, performance etc., mas a arte não retomou a razão. Na barbárie da informação e da globalização, estamos assistindo ao descrédito das instituições culturais e da dissolução dos critérios de reconhecimento de um trabalho de arte. Tudo é tão apressado que acaba no dia seguinte, os artistas vão sendo substituídos com o passar da moda, ficam os empresários culturais e sua equipe. Uma corrida tão exacerbada atrás de uma "novidade", que não há tempo para se construir uma linguagem. O chamado "novo" é a experimentação descartável que não chega a construir uma linguagem elaborada, mesmo assim, é festejado por uma crítica que tem como critério de julgamento interesses pessoais e institucionais. A arte pode ser qualquer coisa, mas não são todos os fenômenos ditos culturais, principalmente os que são gerados à sombra de uma ausência de conhecimento.

Almandrade é artista plástico, arquiteto, mestre em desenho urbano, poeta e professor de teoria da arte das oficinas de arte do Museu de Arte Moderna da Bahia

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Adolescentes da Unis concluem Oficina de Origami


Os adolescentes da Unidade de Internação Sócio-Educativa (Unis), administrada pelo Instituto de Atendimento Sócio-Educativo do Espírito Santo (Iases), concluíram as atividades da Oficina de Origami, técnica oriental feita com dobradura de papel.A partir desta semana, a produção dos adolescentes vai ser exposta no Espaço Educativo da Unidade. Além disso, as peças também ficarão à disposição do Iases para serem expostas em feiras de artesanatos ou eventos com a participação do Instituto. As aulas foram encerradas no dia 20 de fevereiro.A Oficina de Origami foi realizada dentro do Projeto Iluminar, desenvolvido pelo Iases em parceria com profissionais da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), da Central Única das Favelas do Espírito Santo (Cufa/ES) e Escelsa - Energias do Brasil, em todas as unidades do Instituto. As atividades foram bem aceitas pelos adolescentes, segundo avaliação dos professores e pedagogos da Unidade. Os adolescentes aprenderam a fazer móbiles suspensos para enfeitar janelas e varandas e também confeccionaram peças decorativas artesanais como flores e pássaros. A coordenadora do Projeto Iluminar no Iases, Jaqueline Wandekokon, disse que se surpreendeu com as produções e que as peças que os adolescentes confeccionaram são bem diferenciadas. “Os adolescentes confeccionam cada peça de forma bem peculiar, eles têm muita criatividade e vontade de aprender e, assim, dão um toque a mais em cada peça nova. Isso dá um retorno muito grande às nossas atividades”, disse Jaqueline.Além de uma atividade pedagógica, a Oficina de Origami também teve caráter profissionalizante e os adolescentes irão receber um certificado de participação pela atividade.